sábado, 16 de maio de 2020

Contentamento descontente.


A carta aos filipenses tem como objetivo animar e instruir o povo daquela região a viver a alegria do cristianismo, independente das circunstâncias. Nela, o apostolo Paulo revela que havia compreendido o segrego do contentamento no Senhor. Fp 4.11: _porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação._
Mas, no trecho que meditaremos nesta manhã, ele afirma um descontentamento com a sua condição espiritual. Seria isso uma contradição na própria carta? É claro que não, o contentamento daquele homem estava em Deus, na Sua condução Soberana em toda e qualquer situação e o seu descontentamento estava em sua condição espiritual. Como Willian Barcley destaca: _Um descontentamento piedoso está presente no cristão contente._
Vejamos neste texto o que precisamos para viver o verdadeiro contentamento cristão:
1-Descontentamento.
A aparente contradição é dissipada ao compreendermos que nada pode satisfazer o verdadeiro cristão, senão a obediência e a perfeita comunhão com o Seu Deus _Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição._ Assim como o autor da carta, nenhum cristão autentico se conformará com um conhecimento superficial do seu Mestre e Senhor. Como o príncipe dos pregadores, Charles Spurgeon, disse certa vez; _o estudo correto do eleito de Deus é Deus; o estudo apropriado ao cristão é a divindade. A mais alta ciência, a mais elevada especulação, a mais poderosa filosofia que possa prender a atenção de um filho de Deus é o nome, a natureza, a pessoa, a obra, as ações e a existência do grande Deus, a quem chama Pai._
É fato que já O conhecemos, mas ainda não O conhecemos como O conheceremos, em outra carta o apostolo afirma, 1Co 13.12: _Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido._
O segredo do verdadeiro contentamento é estar descontente, com o temos hoje de relacionamento, conhecimento e vida com Deus, desejando ardentemente superar isso para ter comunhão intima com Ele.
2-Direção.
Não é somente reconhecer que falta ainda toda uma trajetória para O conhecermos e desfrutarmos de comunhão intima com Ele. É preciso empreender todos os esforços nesta direção, é isso que a epistola revela ao destacar a atitude do apostolo. Não é simplesmente desejar, é fazer; _mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus._ O verbo, _prossigo_, indica uma ação!
Algo parecido acontece com o rei Davi no Salmo 27.4; _Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo._ Veja, ele não pede somente, ele afirma que iria buscar viver a realidade de estar em relacionamento com Deus.
Os esforços do escritor não estavam apenas em se manter firme na batalha, ele tinha como alvo, direção a perfeita comunhão.
O verdadeiro contentamento deve ser descontente com a situação atual, para viver a busca incessante pelo futuro ideal. 
Não se contente com aquilo que você já adquiriu do Senhor e no Senhor, a caminhada não acabou, levante-se neste dia entendendo que há muito para fazer na sua vida e por sua vida na caminhada proposta.