A carta aos filipenses tem como objetivo
animar e instruir o povo daquela região a viver a alegria do cristianismo,
independente das circunstâncias. Nela, o apostolo Paulo revela que havia
compreendido o segrego do contentamento no Senhor. Fp 4.11: _porque aprendi a
viver contente em toda e qualquer situação._
Mas, no trecho que meditaremos nesta
manhã, ele afirma um descontentamento com a sua condição espiritual. Seria isso
uma contradição na própria carta? É claro que não, o contentamento daquele
homem estava em Deus, na Sua condução Soberana em toda e qualquer situação e o
seu descontentamento estava em sua condição espiritual. Como Willian Barcley
destaca: _Um descontentamento piedoso está presente no cristão contente._
Vejamos neste texto o que precisamos para
viver o verdadeiro contentamento cristão:
1-Descontentamento.
A aparente contradição é dissipada ao
compreendermos que nada pode satisfazer o verdadeiro cristão, senão a
obediência e a perfeita comunhão com o Seu Deus _Não que eu o tenha já recebido
ou tenha já obtido a perfeição._ Assim como o autor da carta, nenhum cristão
autentico se conformará com um conhecimento superficial do seu Mestre e Senhor.
Como o príncipe dos pregadores, Charles Spurgeon, disse certa vez; _o estudo
correto do eleito de Deus é Deus; o estudo apropriado ao cristão é a divindade.
A mais alta ciência, a mais elevada especulação, a mais poderosa filosofia que
possa prender a atenção de um filho de Deus é o nome, a natureza, a pessoa, a
obra, as ações e a existência do grande Deus, a quem chama Pai._
É fato que já O conhecemos, mas ainda não O
conhecemos como O conheceremos, em outra carta o apostolo afirma, 1Co 13.12: _Porque,
agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora,
conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido._
O segredo do verdadeiro contentamento é
estar descontente, com o temos hoje de relacionamento, conhecimento e vida com
Deus, desejando ardentemente superar isso para ter comunhão intima com Ele.
2-Direção.
Não é somente reconhecer que falta ainda
toda uma trajetória para O conhecermos e desfrutarmos de comunhão intima com
Ele. É preciso empreender todos os esforços nesta direção, é isso que a
epistola revela ao destacar a atitude do apostolo. Não é simplesmente desejar,
é fazer; _mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado
por Cristo Jesus._ O verbo, _prossigo_, indica uma ação!
Algo parecido acontece com o rei Davi no
Salmo 27.4; _Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa
do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e
meditar no seu templo._ Veja, ele não pede somente, ele afirma que iria buscar
viver a realidade de estar em relacionamento com Deus.
Os esforços do escritor não estavam apenas
em se manter firme na batalha, ele tinha como alvo, direção a perfeita comunhão.
O verdadeiro contentamento deve ser
descontente com a situação atual, para viver a busca incessante pelo futuro
ideal.
Não se contente com aquilo que você já
adquiriu do Senhor e no Senhor, a caminhada não acabou, levante-se neste dia
entendendo que há muito para fazer na sua vida e por sua vida na caminhada
proposta.