quinta-feira, 28 de julho de 2011

Confissão de fé do século XXI!

A Fraternidade Reformada Mundial (FRM), publicou a confissão de fé elaborada neste século!

Teólogos reformados de todo o mundo se envolveram na construção de uma confissão de fé para o seculo 21, pois, todas as confissões observadas pelos reformados foram elaboradas nos séculos 16 e17. Sendo em grande medida elaboradas para defenderem a fé reformada contra o catolicismo romano medieval e, no caso das últimas, contra o arminianismo.
Nenhuma das confissões trata das questões principais que têm confrontado a igreja ao longo dos séculos 19 e 20, tais como o Liberalismo, o Pluralismo e o Pós-modernismo.
Segundo esses teólogos essa atual confissão de fé não tem a finalidade de substituir as declarações confessionais das denominações que integram a membresia da FRM. 
Aqui está a publicação do capitulo IV. A pessoa e a obra do Espírito Santo.
 1. O Espírito Santo como uma pessoa da Trindade
O Espírito Santo está envolvido na obra da criação e da redenção juntamente com o Pai e o Filho. De modo particular, o encarnado Filho de Deus foi concebido pelo Espírito Santo, ungido com o Espírito Santo e investido de poder pelo Espírito Santo para cumprir seu ministério público na terra.
2. A obra do Espírito Santo na redenção
O Espírito Santo aplica a obra de redenção do Filho aos crentes individuais e os une a Cristo, sua cabeça, e uns aos outros. É o agente da adoção dos crentes na família de Deus e lhes outorga a segurança íntima de que foram escolhidos pelo poder soberano de Deus. Ele socorre, ensina, guia e conduz os crentes em conformidade com a vontade revelada e o caráter de Deus. Ele santifica os crentes produzindo neles os seus frutos e intercede constantemente por eles em oração ao Pai.
3. O envio do Espírito Santo em Pentecostes
A vinda do Espírito Santo em Pentecostes foi o início de uma nova obra de Deus na vida dos crentes, que levou à fundação da igreja cristã. Os dons revelacionais extraordinários concedidos naquela época eram sinais singulares do início de uma era messiânica e não podem ser automaticamente reivindicados nem exigidos como prova decisiva do poder de Deus em ação hoje. A continuação e os diferentes dons do Espírito Santo devem ser buscados com humildade, em conformidade com a sua vontade e para glorificar a Deus no serviço pelo bem comum da igreja.
4. O Espírito Santo e o reavivamento espiritual
O poder do Espírito Santo continua a se manifestar de formas especiais em tempos de reavivamento espiritual, que ocorrem periodicamente na vida da igreja. Esses períodos de despertamento e renovação espiritual promovem a expansão do reino de Deus tornando as pessoas mais conscientes da sua pecaminosidade, fazendo-as se voltar para Deus de maneira nova e mais profunda. Nessas épocas, os crentes são lembrados da presença do Espírito Santo à medida que se tornam mais conscientes da sua operação na vida deles e dos dons que lhes concede. O reavivamento espiritual é especialmente eficaz para trazer o povo de Deus de volta para ele, mediante a reforma da igreja, que está constantemente em perigo de se desviar. Apesar disso, a obra do Espírito Santo que se faz evidente em períodos de reavivamentos espirituais está sempre presente na igreja e os crentes devem orar fervorosamente pelos seus frutos e seus dons em todas as épocas.
5. O Espírito Santo e a batalha espiritual
O Espírito Santo combate ativamente Satanás e seus demônios e protege os crentes de seus ataques. O Espírito Santo livra homens e mulheres da opressão e possessão demoníacas e equipa-os com as armas espirituais que necessitam para resistir ao poder do mal. A Bíblia proíbe os crentes de se envolverem com os poderes das trevas e suas obras.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Conhecendo o presbiterianismo!

por Rev. Alderi Souza de Matos

A Reforma religiosa do século dezesseis deu origem, de modo direto ou indireto, aos diversos grupos que hoje constituem o protestantismo. Os nomes adotados por essas igrejas podem derivar do próprio nome do seu fundador ("luteranos", "menonitas"), de uma convicção doutrinária primordial ("batistas", "pentecostais") ou de sua estrutura eclesiástica e forma de governo ("episcopais", "congregacionais"). Nesta última categoria também se incluem os "presbiterianos."

As igrejas presbiterianas têm suas raízes na obra dos dois reformadores que entraram em cena pouco depois do pioneiro Martinho Lutero. Foram eles o suíço de língua alemã Ulrico Zuínglio (1484-1531) e o francês João Calvino (1509-1564), que atuaram ambos na Suíça, o primeiro em Zurique e o segundo em Genebra. Com a morte prematura de Zuínglio, Calvino tornou-se o principal líder e teólogo do movimento. No continente europeu, as igrejas que abraçaram a teologia e a estrutura eclesiástica preconizadas por Calvino adotaram o nome de "Igrejas Reformadas," principalmente em países como a própria Suíça, a França, a Holanda e a Hungria.

O nome "Igreja Presbiteriana" popularizou-se nas Ilhas Britânicas a partir da obra do reformador escocês João Knox (c.1514-1572), que foi discípulo de Calvino em Genebra. Eventualmente surgiram fortes comunidades presbiterianas na Escócia, Irlanda e Inglaterra. Através da imigração, os escoceses e irlandeses levaram o presbiterianismo para os Estados Unidos nos séculos dezessete e dezoito. Dos Estados Unidos, especialmente com o grande movimento missionário protestante do século dezenove, as igrejas presbiterianas e o nome "presbiteriano" foram introduzidos em muitos países do hemisfério sul. Entre esses países estava o Brasil, que teve como pioneiro presbiteriano o Rev. Ashbel G. Simonton, aqui chegado em 1859.

O termo "presbiteriano" decorre do fato de que nas igrejas desse nome o governo é exercido por "presbíteros." A palavra grega presbyteros encontra-se no Novo Testamento e significava originalmente "ancião," "homem idoso." À semelhança do que acontecia entre os judeus, também na igreja primitiva a liderança era exercida pelos membros mais experientes da comunidade, geralmente, mas não necessariamente, homens mais velhos. Eventualmente, o termo passou a ter um sentido técnico de líder da igreja e o aspecto da idade ficou em segundo plano. Assim, encontramos referências aos presbíteros em passagens bíblicas como Atos dos Apóstolos 11.30; 14.23; 15.2; 20.17; 1 Timóteo 5.17; Tito 1.5; Tiago 5.14; e 1 Pedro 5.1. Também encontramos o coletivo "presbitério" ou concílio de presbíteros em 1 Timóteo 4.14.

Portanto, seguindo o precedente bíblico, nas igrejas presbiterianas a liderança é exercida pelos presbíteros, os quais se subdividem em duas categorias – os presbíteros "regentes" (que governam), voltados primordialmente para funções administrativas, e os presbíteros "docentes" (que ensinam), ou seja, os ministros ou pastores. Esses dois tipos de presbíteros tem a mesma paridade, não se constituindo em uma hierarquia. Todavia, os pastores ou presbíteros docentes têm algumas funções privativas, como o ministração dos sacramentos. Os presbíteros exercem as suas funções em vários níveis: localmente, no "conselho" de cada igreja; em âmbito regional, nos presbitérios e sínodos; em âmbito nacional, no Supremo Concílio.
                                                                                                                                    http://www.ipb.org.br

O que estão fazendo com a igreja!

Por: Samuel Coto/Augustus Nicodem
Um manifesto reformado
Desde 2005, três amigos se revezam nos comentários sobre os mais diversos assuntos que se referem à vida da igreja e à sociedade. Em comum, a pena afiada, a identidade reformada e o zelo pela sã doutrina. O palco escolhido por Augustus Nicodemus, Mauro Meister e Solano Portela é o blog O tempora, O mores! (Que tempos os nossos! E que costumes!), referência à célebre frase de cícero (106-43 a.c).

Dentre as centenas de textos postados por eles, Augustus Nicodemus selecionou alguns dos seus para se projetarem além da blogosfera,e assim, revelar suas opiniões sobre a igreja evangélica e sobre o que afirma ser a ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro.

Liberais, neo-ortodoxos, libertinos e neopentecostais não escapam da escrita certeira de Augustus, cujo objetivo com a publicação de O que estão fazendo com a igreja vai muito além da simples (e saudável) polêmica. Seu desejo é fortalecer os que insistem em seguir a fé bíblica conforme entendida pelo cristianismo histórico. Sem esquecer conservadores, fundamentalistas e puritanos, Augustus traça um panorama do complexo cenário evangélico com a firmeza que lhe é peculiar. A seguir, confira entrevista concedida pelo dr. Augustus Nicodemus à Seu Mundo:

Muitos diriam que as novas tendências do pensamento teológico estão reforçando a igreja, expandindo-a de uma maneira nunca antes vista. O seu livro O que estão fazendo com a igreja discorda. Por quê? 
Porque não se pode pensar em reforço da igreja quando instituições de ensino teológico, teólogos e pastores adotam a mesma teologia e os mesmos métodos liberais de interpretação da Bíblia que fecharam as igrejas da Europa. Se fecharam as igrejas da Europa, o que os faz pensar que não farão o mesmo aqui? Além disso, passando para o campo neopentecostal, lembro que expansão não é necessariamente sinal de saúde e vitalidade espiritual. Existe crescimento e inchaço. o primeiro é fruto da pregação, ensino e divulgação das verdades bíblicas. É aquele crescimento encontrado no livro de Atos, onde é freqüentemente igualado ao crescimento da Palavra (Atos 6:7; 12:24; 19:20). É o aumento da igreja mediante a conversão genuína de pessoas que acolheram a Jesus cristo como único Senhor e Salvador, tendo reconhecido seu próprio estado de perdição e culpa. Já o inchaço é um acréscimo de pessoas que vieram às igrejas por outros motivos, como receber uma bênção material, serem curadas, ter um emprego, resolver um problema amoroso, acabar com o azar na vida delas, serem libertas etc. multidões assim lotam as igrejas evangélicas todos os dias. Todavia, quase nunca são confrontadas com seu estado de pecado e rebelião contra Deus, quase nunca ouvem falar da necessidade de arrependimento e mudança de vida para terem a vida eterna, e raramente ouvem que a salvação e o perdão de pecados são pela graça, mediante a fé, sem as obras da lei e sem quaisquer outros sacrifícios. O que se tem hoje é uma religião das obras, dos sacrifícios, onde a graça é esquecida.

Qual foi o objetivo principal por detrás da publicação de uma obra potencialmente tão controversa?
Provocar a reflexão por parte dos evangélicos brasileiros sobre o estado atual da igreja, que considero alarmante. Ao mesmo tempo, identificar as causas por detrás dessa situação e defender que a manutenção da fé histórica da igreja de cristo teria evitado que chegássemos a esse ponto.

Afinal, o que está acontecendo com a igreja?
Estão em operação dentro da igreja de hoje forças poderosas que a encaminham para uma descaracterização radical como igreja evangélica. Em muitos casos ela está revertendo a uma situação semelhante ao misticismo medieval e do catolicismo romano, do qual a igreja evangélica já se achava liberta. Algo muito parecido com o que Paulo Romeiro e outros vêm alertando há décadas. meu livro se junta a essas vozes numa tentativa de contribuir para uma reflexão nossa sobre o assunto.


domingo, 24 de julho de 2011

Amy Winehouse e Lula

Amy Winehouse foi encontrada morta hoje. Desconfia-se - e com muita razão - que a causa foi uma overdose. Aos 27 anos, Amy chegou ao fim de uma vida atribulada, marcada por escândalos, internações, sofrimento, fama, riquezas e popularidade.

Como é sabido, ela não é a primeira artista a morrer cedo por causa de drogas (assumindo que foi esta a causa da sua morte). Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Brian Jones... são alguns dos nomes que estão sendo associados ao de Amy, de jovens artistas que morreram por causa de drogas. Não podemos esquecer, ainda que não tão jovens quanto Amy, Elvis Presley, Michael Jackson, Elis Regina, Kurt Cobain.

O que leva pessoas famosas, ricas, populares e idolatradas pelas multidões a seguir um curso de auto-destruição terminando em morte precoce auto-infligida? Pesquisa recente mostrou que os jovens de hoje querem, mais do que serem ricos, serem famosos, aparecer na mídia, serem vistos e conhecidos. Amy Winehouse e todos os outros mencionados acima chegaram lá - e de quebra, ficaram ricos. Não deveriam ser pessoas felizes, alegres, satisfeitas, dedicadas ao trabalho, amantes da vida e de suas coisas boas?

Ao que tudo indica, parece ter faltado algo, alguma coisa que não podia ser comprada por dinheiro e nem substituida pela fama. Será que não se trata daquilo que os cristãos vêm dizendo há séculos, que o ser humano foi feito para a glória de Deus e que a sua alma não encontrará paz até que se satisfaça nele? Será que aqui não encontramos a razão pela qual um dia Jesus Cristo fez aquele convite conhecido?
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30).
Amy, Elis, Elvis, Janis, Jimi e tantos outros parecem contradizer a recente declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os ricos já vivem no céu, ironizando com o ensino de Jesus Cristo:
"Bobagem, essa coisa que inventaram que os pobres vão ganhar o reino dos céus. Nós queremos o reino agora, aqui na Terra. Para nós inventaram um slogan que tudo tá no futuro. É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico ir para o céu. O rico já está no céu, aqui. Porque um cara que levanta de manhã todo o dia, come do bom e do melhor, viaja para onde quer, janta do bom e do melhor, passeia, esse já está no céu".
Para estes jovens e ricos artistas a vida, certamente, não parecia ser um céu, mas um verdadeiro inferno, a ponto de não mais se importarem em continuar vivendo. As riquezas não tornam este mundo em céu, Lula. Pelo menos, não para estas pessoas, que entre tantas outras, alcançaram glória humana, riquezas, popularidade e prestígio.

Meu caro Luiz Inácio, O inferno não está ausente na vida das celebridades, dos milionários e dos poderosos. Que o digam as vidas das celebridades marcadas pelos problemas familiares, os divórcios, os escândalos, as drogas, os suicídios. Eu também posso lhe apresentar gente pobre que é feliz, que tem um casamento abençoado, filhos honestos e trabalhadores.

Céu e inferno não se definem em termos de riqueza e pobreza, Lula, e nem em termos de popularidade e anonimato. Amy Winehouse certamente discordaria de suas palavras. E com ela todos aqueles outros jovens de 27 anos, que experimentarm o inferno existencial em suas vidas em meio à riqueza e celebridade. Pois, que outra razão teriam para não mais se importarem consigo mesmos, suas carreiras e as pessoas queridas ao seu redor?

Eu sei que tem celebridades que abusam das drogas, como Keith Richards, e que já vão com 80 anos de idade. Mas Amy e outros não conseguiram superar as angústias, perguntas, questionamentos, e o desespero que batem na porta de todos - inclusive dos ricos e dos famosos.

Adeus, Amy. Lamento muito mesmo sua morte.

Boa noite, Lula. Espero que o que aconteceu com Amy lhe leve, no futuro, a ponderar suas palavras quando for comentar assuntos que extrapolam as categorias de pobreza e riqueza, política e governo.

http://tempora-mores.blogspot.com/